Oscar 2024: histórias e curiosidades dos indicados em Trilha Sonora e Canção Original
As duas categorias estão cheias de surpresas
Na terça-feira (23), a Academia de Artes Cinematográficas divulgou os concorrentes ao Oscar, incluindo Melhor Trilha Sonora e Canção Original.
Nessa edição extra da newsletter, trago informações e curiosidades sobre os cinco indicados em Trilha e Canção. O resultado será conhecido em 10 de março.
Quem vocês acham que leva?
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Melhor Canção Original
Os últimos vencedores são M. M. Keeravani e Chandrabose, compositores de “Naatu Naatu”, presente no filme “RRR”. Foi a primeira vitória deles e a primeira da Índia na categoria.
Indicados de 2024
Pela primeira vez nos anos 2020, todos os filmes indicados em Melhor Canção Original são americanos. Nos anos anteriores, ao menos um era de fora dos Estados Unidos;
“Barbie” repete o feito de “La La Land” em 2016 ao conseguir duas indicações na categoria. Nenhum longa havia conseguido isso desde então;
Diane Warren leva a 15ª indicação na carreira com a música “The Fire Inside”, presente no filme “Flamin' Hot - O Sabor que Mudou a História”. Até o momento, ela tem 14 indicações sem nenhuma vitória e detém o indigesto recorde de maneira isolada. Com a presença confirmada, são sete anos seguidos entre os cinco indicados. No final de 2022, ela levou o Oscar Honorário pelo conjunto da carreira;
Quem retorna ao Oscar é a dupla de irmãos Billie Eilish e Finneas. Vencedores em 2021 com “No Time To Die”, do filme “007 - Sem Tempo para Morrer”, eles conseguem a segunda indicação em três edições com “What Was I Made For?”, de “Barbie”;
Outros nomes conhecidos são os produtores Mark Ronson e Andrew Wyatt, presentes por “I’m Just Ken”, cantada por Ryan Gosling no filme. Eles também já venceram uma vez em Canção por “Shallow”, da quarta versão de “Nasce uma Estrela”, quando dividiram o crédito com Lady Gaga e Anthony Rossomando;
“Dance the Night”, de Dua Lipa, era cotada para conseguir uma vaga, mas acabou ficando de fora por uma regra do Oscar: nenhum filme pode ter mais do que duas indicações em Canção. A regra foi criada após as animações da Disney, entre o final dos anos 1980 e início dos anos 2000, dominarem a premiação;
Jon Batiste venceu em Melhor Trilha Sonora Original com Trent Reznor e Atticus Ross com a animação da Pixar “Soul” e tem a chance de entrar no seleto grupo de vencedores com duas estatuetas nas categorias musicais com “It Never Went Away”, do documentário “Jon Batiste: American Symphony”, disponível na Netflix, na parceria com Dan Wilson, co-compositor de “Someone Like You”, de Adele;
Grande surpresa das indicações foi “Wahzhazhe (A Song For My People)”, de “Assassinos da Lua das Flores”, composta pelo consultor musical do filme Scott George. A música traz o Coral da Tribo Osage, sendo a primeira vez que um grupo do tipo consegue esse reconhecimento da Academia.
Melhor Trilha Sonora Original
O último vencedor é Volker Bertelmann pela trilha sonora de “Nada de Novo no Front”, disponível na Netflix. Foi a primeira vitória dele em duas indicações na carreira.
Indicados de 2024
A grande surpresa dentre os indicados é John Williams por “Indiana Jones e a Relíquia do Destino”, disponível no Disney+. Perto de completar 92 anos, ele chega na 49ª presença na categoria, recorde absoluto. São cinco vitórias ao todo, sendo a última por “A Lista de Schindler”, em 1994;
Com isso, ele se consolida como a pessoa mais velha indicada na história de 96 anos de premiação aos 91 anos e 349 dias e acumula 54 indicações ao todo, contando as presenças em Canção. Williams é a única pessoa da história com duas indicações em Melhor Trilha Sonora com mais de 90 anos;
Aos 28 anos, o compositor Jerskin Fendrix chega pela primeira vez entre os cinco finalistas no primeiro trabalho da carreira pela trilha de “Pobres Criaturas”. Ele já colaborou com a banda inglesa Black Midi e lançou o álbum “Winterreise”, em 2020;
Um nome consolidado na categoria nos últimos anos é Ludwig Goransson, favorito pela trilha de “Oppenheimer”. Ele foi indicado por “Pantera Negra”, em 2018, e conseguiu outra indicação em Canção com “Lift Me Up”, de “Pantera Negra: Wakanda Forever”, ano passado;
Amigo de Martin Scorsese desde meados dos anos 1970, Robbie Robertson morreu em 9 de agosto do ano passado, sendo homenageado nos créditos de “Assassinos da Lua das Flores”, filme que compôs a trilha sonora, no segundo trabalho seguido com o diretor. Ele também compositor dos temas de “O Irlandês”;
Descendente direto de nativos-americanos, Robertson é a sétima pessoa a conseguir uma indicação póstuma na categoria. Frank Churchill por “Bambi” (1942), Victor Young por “A Volta ao Mundo em 80 Dias” (1956), Alfred Newman por “Aeroporto” (1970), Larry Russell na parceria com Raymond Rasch por “Luzes da Ribalta” (1972) e Bernard Herrmann por “Trágica Obsessão” e “Taxi Driver” (ambos de 1976) são os outros. Young e Russell venceram;
A outra surpresa da categoria foi a presença de Laura Karpman por “American Fiction”. É a primeira indicação da carreira da compositora, consolidada na indústria com cinco vitórias no Emmy. Ela é a nona mulher indicada na história da premiação;
Apenas três mulheres venceram em quase 100 edições: Rachel Portman por “Emma” (1996) e Anne Dudley por “Ou Tudo ou Nada (1997), quando a premiação era dividida nas categorias Drama e Comédia ou Musical. A única a vencer com nome atual é Hildur Guðnadóttir por “Coringa” (2019).
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Bom final de semana a todos!
Muito legal essas curiosidades. Parabéns pelo trabalho de encontrar os marcos e os recordes. Agora eu acho que a categoria de melhor canção talvez a mais sucateada na história do Oscar. Precisaria ter mais tempo pra discorrer sobre isso.
A Diane Warren claramente tem ótimos contatos e sabe exatamente o que a academia procura todo ano. Se uma música dela cai num filme bom de verdade, aí sim ela ganha rs Agora, sempre me choca o fato de que a gente ainda tem estatísticas como essa - só x mulheres ganharam em quase um século de premiação. O buraco é muito embaixo, sabe? Mas enfim, seguimos tentando...