Documentário sobre astro colombiano vira programa policialesco nos momentos finais
"Fama e Tragédia de um Astro Colombiano" entrou recentemente no catálogo da Netflix
Na Colômbia, dificilmente alguém não sabe quem foi Diomedes Díaz (1957-2013), o mais famoso cantor de Vallenato do país. O gênero musical, basicamente, foi criado antes da chegada dos espanhóis e traz letras sobre o povo do interior, geralmente cantadas por essas pessoas de origem humilde em histórias bonitas sobre pessoas, lugares e momentos.
Díaz virou um fenômeno musical muito jovem e logo partiu para o sucesso, sendo uma espécie de Roberto Carlos colombiano. Não havia ninguém que não o conhecesse ou cantasse pelo menos uma de suas canções. Mas tudo mudou quando ele foi acusado de matar uma fã. Essa é a história de "Fama e Tragédia de um Astro Colombiano", novo documentário da Netflix.
Quando fala da música de Diomedes Díaz, apoiado por amigos, colegas de banda e pessoas da TV e do rádio, o longa dirigido por Jaime Barbosa e Jorge Durán se sai muito bem para explicar as origens e consolidação do cantor como, se não o melhor tecnicamente, o mais importante e mais famoso daquela geração, mesmo com o vício em cocaína começando a aparecer. O problema está quando sai disso e parte para a investigação do caso.
Por mais de uma hora, o material ganha uma virada e fica parecendo um documentário policial da TV a cabo, desses que passam de hora em hora. O tom sensacionalista é igual ao explorar o caso de maneira a transformá-lo em algo muito mais sobre a investigação ao colocar de lado a vítima em uma guerra da narrativa entre acusação e defesa.
O longa ajuda a entender um pouco o sistema penal colombiano, tão ruim quanto o brasileiro, e peca, nos minutos finais, ao colocar o caso de lado para exaltar as qualidades musicais de Díaz, esquecidas por mais de 60 minutos.
Avaliação: regular
Notícias da semana
Segunda-feira
Difícil
Convidado do podcast The Rockman Power Hour, o guitarrista Alex Lifeson admitiu ser difícil ver o final do Rush após a morte do baterista Neil Peart, em janeiro de 2020, aos 67 anos.
"Foi difícil aceitar que a banda acabou, mesmo tendo passado 41 anos. Neil não sentia que poderia tocar 100% e estava ficando muito difícil tocar por três horas por noite. É o que é, esse foi o fim. E então, dentro de um ano, descobrimos que ele estava doente, e foi um período bastante turbulento", contou.
Atualmente, ele trabalha no projeto chamado Envy of None, com o disco de estreia programado para sexta-feira (8).
Mais trabalho
"The Valet", novo filme original do Hulu, terá a trilha sonora de Heitor Pereira.
O longa é a adaptação do filme francês "La doublure" e segue uma estrela de cinema que enfrenta um problema quando um paparazzi tira uma foto dela com o amante casado.
A data de estreia é 20 de maio. Não há previsão para o Brasil.
Agora vai
"Pistol", série do diretor Danny Boyle baseada no livro de memórias do guitarrista Steve Jones, do Sex Pistols, ganhou o primeiro trailer.
O seriado estreia no Hulu em 30 de maio. Ainda não data anunciada para o mercado brasileiro.
Clique aqui e assista.
Terça-feira
Impressionante
"Heat Waves", do Glass Animals, continua na primeira posição da parada da Billboard pela quinta semana consecutiva.
Desde 1997, "Wannabe", das Spice Girls, que uma banda britânica não ficava tanto tempo na liderança da parada americana.
Polêmica
Ninguém pediu, mas Noel Gallagher falou, na coluna "WIRED" do jornal, 'The Daily Star', sobre Harry Styles. E ele não fez elogios.
"O X Factor é um programa de TV, não tem nada a ver com música", disse Gallagher.
"Você não está me dizendo que Harry Styles está atualmente em uma sala em algum lugar escrevendo uma música. Ele está em uma sala cercado por um monte de garotas... Posso garantir que ele não tem um violão e tenta escrever alguma coisa", completou.
Você iria?
O Bourbon & Beyond Fest confirmou Jack White, Alanis Morissette, Pearl Jam e St. Vincent como atrações principais. O festival acontece de 15 a 18 de setembro.
Clique aqui para ver todas as atrações.
Quarta-feira
Sério?
Em entrevista ao 'The Howard Stern Show', o guitarrista John Frusciante confessou que não se ligou muito no que aconteceu nas paradas do rock nos últimos anos, concentrando os próprios esforços em outras coisas.
"Eu realmente não prestei atenção ao rock em geral, além das coisas antigas às quais sou apegado. Estava apenas fazendo música eletrônica, e eles estavam vivendo em um mundo, e eu estava vivendo em outro. Então não estava prestando atenção, realmente", falou.
Novo álbum do Red Hot Chili Peppers, "Unlimited Love" foi lançado há pouco menos de uma semana.
Novidade das boas!
"We’ve Been Going About This All Wrong" é o título do novo álbum da cantor Sharon Van Etten, programado para 6 de junho. O trabalho será lançado pela Jagjaguwar e é o sucessor de "Remind Me Tomorrow", de 2019.
"Should I Stay Or Should I Go?"
O 40º ano do lançamento do álbum "Combat Rock", do Clash, vai ganhar um relançamento especial para celebrar a data.
Além do disco remasterizado, a edição deluxe traz músicas inéditas, demos e outtakes gravados antes do lançamento. O trabalho será relançado em vinil triplo e CD duplo em 20 de maio.
Quinta-feira
Ótima ideia
Um museu para homenagear o legado de Cliff Burton, baixista do Metallica, será inaugurado em 14 de maio em Ljungby, na Suécia, perto de onde eke morreu em um trágico acidente de ônibus em 1986.
"Queremos principalmente homenagear Cliff Burton, que morreu de forma tão trágica no meio de sua carreira, e falar sobre quem ele era como pessoa e músico", disseram os fundadores do museu ao 'Guitar World', em nota.
"Nosso segundo objetivo é criar um ponto de encontro para todos aqueles que procuram o memorial na pequena cidade de Dörarp. Queremos continuar o bom trabalho que os fãs começaram quando começaram a arrecadar fundos para fazer a lápide de Cliff", completaram.
Oi??
Em uma longa entrevista para Zane Lowe, da Apple Music, Jack White revelou não ter celular e, no mundo de hoje, acaba enfrentando certas dificuldades.
"Há muitas coisas que não posso fazer na pandemia. Digitalizar o QR Code para conseguir um teste de COVID, por exemplo. E eu disse, 'bem, eu não tenho telefone. Eles disseram: 'você não pode fazer um teste'", contou.
Mas, sem o aparelho, ele tem uma visão certeira sobre as pessoas.
"Todos os pais que conheço reclamam do quanto os filhos usam telefones, mas tive uma pequena epifania há alguns anos: é um pouco estranho alguém dizer 'ei, você está muito tempo no celular', e depois ver meus amigos adultos usando tanto celular quanto eles", revelou.
Ótima iniciativa
O Portishead se juntará para fazer o primeiro show em sete anos, em Bristol, cidade natal. A apresentação faz parte de um show beneficente do War Child, criado para ajudar crianças refugiadas de guerras, como a que acontece na Ucrânia.
O valor simbólico é de £10 (pouco mais de R$ 60) para três ingressos e só pode ser comprado na hora, no local do show. São 1.200 entradas disponíveis ao todo.
Lançamentos do dia
Jack White
Father John Misty
Wet Leg
The Linda Lindas
Orville Peck
Camila Cabello
Lucius
Calexico
Joe Satriani
Kae Tempest
Pillow Queens
Daniel Rossen
Deer Scout
Whatever the Weather
Tord Gustavsen Trio
Good Looks
Pavement [relançamento]
Podcast
Hoje é um top-5 melhores músicas dos filmes de James Bond, que comemora 60 anos do primeiro filme dos cinemas em 2022. Clique aqui e ouça.
Discos para história
É sobre "Sete Desejos", disco do Alceu Valença, de 1992. "La Belle de Jour" está nesse trabalho.
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É isso. Bom final de semana a todos!